Índice de Protagonismo do Futebol Brasileiro 2018 - Versão Ampliada

Pelo oitavo ano consecutivo publico o Índice de Protagonismo do Futebol Brasileiro. Após sete anos mantendo a mesma metodologia, neste ano, após ouvir sugestões de melhorias, resolvi alterar a metodologia e a amplitude. À partir de 2018 foram inseridos os seguintes dados e métricas:

1) Campeonatos disputados à partir de 1960.

2) Pontuação: 

Semifinais - 10 pts (Libertadores da América, Copa do Brasil, Sul-americana (todas as versões), Brasileiro até 2002 e G4 à partir de 2003)

Vice Campeonatos - 20 pts (Mundial, Libertadores da América, Copa do Brasil, Sul-americana (todas as versões), Brasileiro até 2002)

Estadual, Recopa, Copa Suruga - 30 pts

Copa do Brasil , Sul-americana - 60 pts

Campeonato Brasileiro: 90 pts

Copa Libertadores da América: 120 pts

Mundial Interclubes: 150 pts

3) Depreciação dos pontos: a cada década a pontuação é depreciada em 10%. Portanto a pontuação do ranking ponderado tem a seguinte métrica:

- década de 2000 foi depreciado em 10%, 

- década de 1990: 20%,

- década de 1980: 30%, 

- década de 1970: 40%,

- década de 1960: 50%.

Sabemos que existem várias formas de se medir o peso dos títulos e sempre poderá haver questionamentos. No formato adotado foi possível medir o protagonismo de forma ampliada, com participações em semifinais e finais, pois apenas com conquistas muitas vezes não é possível medir quanto alguns times no Brasil tiveram grande protagonismo, mesmo sem a conquista de títulos.

Considero que esta análise possa servir para projeções futuras, histórico do passado e algumas conclusões interessante sobre a performance recente dos principais clubes do Brasil.

OBS 1: Não é considerado título de Série B e Regionais (Copa do Nordeste, Rio - São Paulo).

OBS 2: Não são considerados no ranking vice campeonatos estaduais nem da Recopa Sul-americana.

OBS 3: O Flamengo foi considerado como o campeão brasileiro de 1987, apesar de oficialmente a CBF reconhecer o Sport como campeão nacional.

Segue abaixo o ranking atualizado em dezembro de 2018:

Ranking Ponderado Versão Ampliada - 1960 - 2018

	Time	Ponderado
1	São Paulo	1872
2	Cruzeiro	1831
3	Grêmio	1742
4	Corinthians	1688
5	Santos	1569
6	Internacional	1543
7	Flamengo	1522
8	Palmeiras	1372
9	Atlético MG	1138
10	Vasco	888
11	Fluminense	806
12	Bahia	717
13	Sport	653
14	Coritiba	628
15	Athletico	559
16	Botafogo	533
17	Chapecoense	201
18	Guarani	98
19	S. Caetano	90

Análise do ranking ponderado:

• O tricolor paulista ainda lidera o ranking devido às gloriosas décadas de 1990 e 2000, onde foi o campeão das duas décadas mas, caso não alterar o atual cenário,  provavelmente perderá a liderança em breve;

• O Cruzeiro, à partir da década de 1990, é o time mais regular dentre todos os demais, sempre com protagonismo em praticamente todas as competições que disputou;

• O tricolor gaúcho, com forte protagonismo nas Copas e também chegando entre os quatro principais times em praticamente todos os campeonatos na década atual, completa o pódio;

• Os dez primeiros colocados tiveram conquistas internacionais, o que pesa bastante na posição atual;

• Como tem sido recorrente nos últimos campeonatos nacionais, Vasco, Fluminense e Botafogo a cada ano vão perdendo protagonismo;

• Caso os pontos não fossem depreciados, o Cruzeiro inverteria de posição com o São Paulo e o Santos, devido à antológica década de 1960, seria o terceiro colocado.

A análise acima foi baseada com peso no histórico de conquistas destes times. Ao se olhar para o presente, o ranking da década de 2010 é o seguinte:

Ranking Versão Ampliada - Década 2010 

	Time	2010
1	Corinthians	700
2	Cruzeiro	430
3	Santos	430
4	Atlético MG	410
5	Grêmio	400
6	Internacional	370
7	Palmeiras	340
8	Fluminense	240
9	Flamengo	220
10	Coritiba	190
11	São Paulo	160
12	Athletico	150
13	Chapecoense	150
14	Vasco	140
15	Bahia	120
16	Botafogo	110
17	Sport	90

Análise do ranking da década:

• O Timão vem crescendo em termos de protagonismo nacional e internacional desde a década de 2000. Esta década é a de maior pontuação do time da capital paulista. Conquistas internacionais em conjunto com três títulos nacionais pesaram bastante para o Timão ser o virtual campeão da década, mesmo com um ano de antecedência;

• Como já explicado no ranking ponderado, o Cruzeiro vem demonstrando seu protagonismo em praticamente todas as competições que disputou na atual década;

• O Santos vem em terceiro, impulsionado pelo período 2010 a 2013, com o craque Neymar comandando o Peixe em todos os torneios que disputou;

• Galo, Grêmio e Internacional, principalmente devido às conquistas internacionais, são destaques na década;

• Atenção especial para Vasco, Botafogo e São Paulo, que estão perdendo protagonismo nacional.

Apesar de prováveis questionamentos em termos dos pesos adotados para cada campeonato, os times mais marcantes por cada década são os que se destacam no ranking efetuado. Segue o Top 3 de cada década:

1960

1) Santos - 1340 pts (maior pontuação/década da história)

2) Palmeiras - 490 pts

3) Cruzeiro - 340 pts

1970

1) Internacional - 550 pts 

2) Cruzeiro - 370 pts

3) Palmeiras - 320 pts

1980

1) Flamengo - 700 pts

2) Grêmio - 670 pts

3) Atlético MG / Bahia - 300 pts

1990

1) São Paulo - 920 pts (segunda maior pontuação/década da história)

2) Cruzeiro - 690 pts

3) Grêmio / Palmeiras - 620 pts

2000

1) São Paulo - 700 pts

2) Internacional - 630 pts

3) Corinthians - 520 pts

O futebol vem passando por transformações drásticas desde a década de 1990, com o incremento de receitas provenientes de cotas de TV,  publicidade e posteriormente as receitas com plano de sócio torcedor e as novas arenas.

Visando maximizar as receitas, cada vez mais é necessário uma gestão profissional, diminuindo muito o espaço para os cartolas do padrão que tivemos até o século passado. Sem conseguir grandes receitas fica muito difícil competir com protagonismo no cenário atual.

Caso o atual cenário não se altere, em médio prazo poderemos ver grandes marcas do esporte nacional perdendo protagonismo no futebol brasileiro. Por outro lado, existe a possibilidade de no máximo quatro a seis equipes se consolidarem no topo do ranking de protagonismo ampliado.