Índice de Protagonismo dos Principais Clubes do Brasil Versão 2017

Pelo sétimo ano consecutivo publico o Índice de Protagonismo do Futebol Brasileiro. Devido a várias formas de se medir os títulos e classificações com diferente pesos, resolvi renomear essa análise como um ranking medindo as conquistas anuais dos principais times do Brasil  e a presença nas finais dos principais campeonatos disputados pelas equipes brasileiras bem como a classificação no G6 do Campeonato Brasileiro série A. 

Considero que esta análise possa servir para projeções futuras, histórico do passado e algumas conclusões interessante sobre a performance recente dos principais clubes do Brasil.

Foi considerado como ponto de partida o Campeonato Brasileiro de 2006, quando se consolidou  o número de 20 equipes na primeira divisão.

Devido ao aumento do número de clubes classificados para a Libertadores da América para os 6 primeiros classificados do Brasileirão, pela ascensão da Chapecoense à partir de 2016, o Atlético Paranaense e a Chapecoense entraram no ranking desde o ano passado.

Caso esses dois times não obtiverem protagonismo por três anos consecutivos, serão excluídos do ranking. Por outro lado, caso outro time conquistar um dos títulos avaliados nessa análise ou obter classificação no G6, será considerado no final da temporada.

As análises foram efetuadas baseadas nas performances das equipes nos seguintes campeonatos:

- Estaduais do SP / RJ / MG / RS/ PR / SC

- Copa do Brasil

- Campeonato Brasileiro Série A

- Taça Libertadores da América

- Copa Sul-americana

- Campeonato Mundial de Clubes

- Recopa Sul-Americana

OBS 1: Não existem pesos diferentes para cada campeonato, o que se pretende medir é o índice de protagonismo dos principais clubes brasileiros em todos os campeonatos disputados durante a temporada.

OBS 2: Não é considerado título de Série B.

OBS 3: Não são considerados no ranking vice campeonatos estaduais nem da Recopa Sul-americana.

Seguem abaixo o ranking atualizado em dezembro de 2017:

Performance dos principais times do Brasil nos últimos 12 anos

Time	Títulos Conquistados desde 2006	Participação em Finais * e/ou G6	Títulos em 2017	Posição em 2016
1) Internacional	14	5	0	1
2) Santos	10	6	0	2
3) Corinthians	10	3	01 Estadual  01 Brasileiro	3
4) Flamengo	9	6	01 Estadual	5
5) Atlético Mineiro	9	4	01 Estadual	4
6) Cruzeiro	8	6	01 Copa do Brasil	6
7) Grêmio	5	7	01Libertadores	8
8) Chapecoense	5	1	01 Estadual	11
9) São Paulo	4	5	0	7
10) Fluminense	4	4	0	9
11) Palmeiras	4	2	0	10
12) Vasco	3	3	0	13
13) Botafogo	3	2	0	12
14) Atlético Paranaense	2	2	0	14

*   Finais - Copa do Brasil, Sul-Americana, Libertadores, Mundial de Clubes.

Análise do Ranking 2017

• O Top 3 se mantem o mesmo desde 2015; 
• Internacional e Santos permanecem nas duas primeiras posições desde 2012, mas suas posições estão sendo garantidas pelos títulos estaduais;
• A Chapecoense saltou do 11º lugar em 2016 e agora ocupa a oitava posição devido ao título estadual em Santa Catarina e pela classificação para a primeira fase da Libertadores. Foram 5 títulos desde 2006, sendo o time com maior salto em 2017;
• Desde 2015, Atlético Mineiro, Flamengo e Cruzeiro se revezam entre o quarto e o sexto lugar no ranking; 
• Com a conquista da Libertadores o Grêmio subiu mais uma posição pelo segundo ano consecutivo. Até 2015, havia sido o time com a maior queda dos últimos anos; caindo do 5º lugar em 2011 para a nona posição em 2015;
• O São Paulo vem caindo aos poucos e em 2017 ocupa a pior posição no ranking desde sua criação em 2011, sendo o time que teve a maior queda nessa temporada;
• Outro time que, como o São Paulo, também ocupa a pior posição no ranking desde a criação é o Fluminense, caindo 4 posições nos últimos 5 anos. Atualmente é o time com a maior queda acumulada no ranking após a recuperação do Grêmio;
• Palmeiras, Vasco e Botafogo desde 2012 se alternam de posições, mas sempre na parte de baixo do ranking desde a sua criação, reflexo da uma longa sequência de más gestões que acabaram afetando o protagonismo desses três clubes. Apenas uma sequencia de conquistas como o Atlético Mineiro, que subiu 4 posições desde 2011, conquistando sete títulos, pode alterar drasticamente a posição dessas três equipes no ranking; 
• O Atlético Paranaense entrou em último e permanece em último lugar no ranking de protagonismo.

Os links dos rankings referentes aos anos anteriores seguem abaixo:

Índice de Protagonismo dos Principais Clubes do Brasil Versão 2011

Índice de Protagonismo dos Principais Clubes do Brasil Versão 2012

Índice de Protagonismo dos Principais Clubes do Brasil Versão 2013

Índice de Protagonismo dos Principais Clubes do Brasil Versão 2014

Índice de Protagonismo dos Principais Clubes do Brasil Versão 2015

Índice de Protagonismo dos Principais Clubes do Brasil Versão 2016

Neste ano o maior debate ficou por conta dos investimentos em contratações e os resultados esportivos. Flamengo, Palmeiras e Atlético Mineiro foram as equipes com maior investimento em jogadores em 2017.

Devido aos resultados aquém do esperado por parte dessas três equipes em comparação aos times que conquistaram os títulos relevantes da temporada (Corinthians, Grêmio e Cruzeiro), o debate sobre investimento e os resultados obtidos foi muito discutido durante todo o ano.

O que estamos observando no futebol brasileiro é um processo de transição, onde os times estão se estruturando visando uma gestão mais profissional e eficiente, pois são esses pilares que irão trazer os melhores resultados em médio e longo prazo. O primeiro passo para uma gestão sustentável é a parte financeira, pois sem recursos financeiros é quase impossível ser competitivo. 

Como no Brasil a grande maioria dos times não possuem um projeto claro para o departamento de futebol, sem um modelo de jogo definido tanto no profissional como nas categorias de base, somando-se a isso a falta de estabilidade dos treinadores para desenvolverem um trabalho mais aprofundado, a pressão por resultados imediatos e a presença de gestores sem capacitação para as suas funções, a grande maioria dos times, mesmo os com maiores investimentos e com melhor situação financeira, se nivelam entre si. 

Dessa forma equipes com melhor gestão do departamento de futebol, que possuem um projeto definido, como Corinthians e Grêmio, conseguem bons resultados mesmo com inferioridade em termos de faturamento e equilíbrio nas finanças.

Essa situação faz com que muitos cheguem à conclusão que não vale a pena gastar dinheiro com grandes contratações e que times limitados e "baratos" trazem os mesmos resultados dos que gastam muito dinheiro.

O cenário só vai mudar quando os times com melhor saúde financeira, com mais estrutura e melhor gestão também começarem a se destacar na implementação de um projeto claro para o departamento de futebol, com um modelo de jogo, melhor eficiência na revelação de jogadores das categorias de base, definindo o DNA de cada equipe, onde os torcedores se identifiquem com o futebol apresentado em campo.  Uma vez definido e implementado uma melhor gestão do departamento de futebol provavelmente os time mais eficientes na gestão de todos os recursos irão se destacar dos demais.

Atualmente, ter uma saúde financeira equilibrada, boa gestão administrativa e maior fonte de receitas não está sendo uma vantagem competitiva quando a gestão do futebol, pelos motivos acima citados.

Em breve, quando esses ajustes forem efetuados na gestão do futebol, os times com melhor estrutura começarão a se destacar. Provavelmente chegaremos num momento em que todos os times terão sanadas as finanças, todos terão boa gestão tanto dentro como fora de campo e, quando o futebol brasileiro chegar nesse estágio, os mais competentes se destacarão, como vemos atualmente na Europa, onde todos os times das principais ligas de futebol do mundo possuem um bom equilíbrio financeiro, mas os mais fortes são os times mais competentes na gestão dos seus recursos.

Devido a essa breve análise não estamos vendo os times com maiores faturamentos se destacarem no ranking de protagonismo, mas já podemos ver trabalhos como o da Chapecoense se destacar mesmo com menos recursos. Como contra ponto ao que acreditamos que deve ocorrer em médio e longo prazo,  ainda veremos por alguns anos nas primeiras posições equipes que ainda estão longe de uma boa gestão financeira.