Devido ao insano calendário do futebol brasileiro, após 3 meses e meio já chegamos a metade da competição. Pelo terceiro ano consecutivo a temporada do futebol brasileiro está fora da curva. Neste ano, devido a Copa do Mundo se iniciar em novembro, a temporada vai se encerrar com cerca de 1 mês antes do que de costume. Com isso não há praticamente nenhuma semana livre, o que causa uma série de obstáculos para os treinadores, afetando o rendimento dos atletas e, consequentemente, a qualidade de grande parte das partidas.
As primeiras impressões após a rodada 10 começam a se confirmar após o final do primeiro turno e, como efetuado desde 2016, seguem as constatações estatísticas atualizadas após o final do primeiro turno:
Corrida para o título
Em 69% das edições o campeão do primeiro turno foi o campeão brasileiro. A média histórica para ser campeão brasileiro é de 66,6% de aproveitamento e a campanha do Palmeiras, primeiro lugar em aproveitamento, é a única que está levemente superior a média da campanha de campeão (68%).
Os indicadores atualizados que apontam o provável campeão pela ordem de frequência são os seguintes:
1) Melhor visitante: Palmeiras (19 pontos)
2) Melhor defesa: Palmeiras (13 gols)
3) Líder na rodada 19: Palmeiras
4) Melhor ataque: Palmeiras (31 gols)
5) Melhor mandante: Corinthians (21 pontos)
Na regressão multivariada as maiores significâncias são as seguintes:
1) Mais vitórias: Palmeiras (11 vitórias)
2) Saldo de gols: Palmeiras (18 gols)
Tendo como referência a média histórica de 66,6% de aproveitamento para um clube ser campeão brasileiro, o aproveitamento no segundo turno para a conquista do título seria o seguinte:
Palmeiras: 65%
Corinthians: 72%
Fluminense: 74%
Atlético Mineiro: 77%
Apenas o Palmeiras pode manter o mesmo nível de aproveitamento no segundo turno. Os demais clubes precisam melhorar o rendimento num período da temporada onde o desgaste físico e mental é maior e as disputas mais acirradas em todas as competições.
Baseado nos dados estatísticos o Palmeiras é dominante em quase todos os quesitos, com exceção do melhor mandante. Devido a estes dados o Verdão desponta como principal favorito ao título.
Nas 5 edições em que o campeão do primeiro turno não foi o campeão brasileiro, em 3 ocasiões (2008,2009, 2018) a diferença do líder para o futuro campeão era de 8 pontos. Em 2020 a diferença era de 2 pontos e em 2012 a diferença era de 1 ponto.
Com base nas 5 edições onde o campeão do primeiro turno não foi campeão brasileiro, Corinthians, Fluminense, Atlético Mineiro e Athletico podem ser considerados candidatos ao título devido a diferença de até 8 pontos em relação ao líder.
Corrida para o G4
Desde 2006 o aproveitamento médio para se classificar no G4 é de 55%. Nesta adição os 4 primeiros colocados (Palmeiras 68%, Corinthians 61% e Fluminense 59%, Atlético Mineiro 56%) estão com desempenho de G4. Entre os times que estão fora do G4, o Flamengo, pela recuperação após a mudança de treinador e pelo potencial do elenco, pode entrar na disputa.
Nos últimos dezesseis anos em média 3 dos 4 times que se classificaram para a Libertadores já estavam no G4 no final do primeiro turno. Portanto a chance de permanecer no G4 é de 75% no final do campeonato.
Pela regressão multivariada as principais significâncias para o G4 são as seguintes:
1) Vitórias: Palmeiras, Corinthians, Fluminense, Athletico, Flamengo.
2) Saldo de gols: Palmeiras, Fluminense, Flamengo, Atlético Mineiro, Internacional, Red Bull Bragantino.
4) Pontos como visitante: Palmeiras, Fluminense, Botafogo, Atlético Mineiro, Corinthians, Internacional.
Baseado na média histórica de 55% de aproveitamento para um clube terminar no G4, o aproveitamento no segundo turno seria o seguinte:
Palmeiras: 42%
Corinthians: 49%
Fluminense: 51%
Atlético Mineiro: 54%
Athletico: 56%
Flamengo, Internacional: 58%
Palmeiras, Corinthians e Fluminense podem até ter um aproveitamento menor no segundo turno. O Galo e o Furacão precisam manter o mesmo desempenho, já Flamengo e Internacional precisam ter maior aproveitamento para chegar ao G4 no final da competição.
Pelos dados acima Palmeiras, Fluminense, Corinthians, Flamengo, Atlético Mineiro Athletico e Internacional são os atuais favoritos para o G4.
Como nos últimos anos, é possível que o G4 possa virar G5 ou G6.
Corrida para o G6
O aproveitamento médio dos últimos anos para ficar no G6 é de 51%. Abaixo do sétimo colocado (Internacional 52%) nenhum clube está com aproveitamento de G6. Conforme mencionado na análise acima o G6 pode virar G7 ou G8 como nas últimas edições.
Esse possível cenário aumentam as chances de Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo lutarem por vagas na pré Libertadores.
Rebaixamento
Desde 2006 o aproveitamento médio para não ser rebaixado é de 38%. Na edição de 2021 temos 6 equipes com com aproveitamento de rebaixado: América, Avaí, Cuiabá, Atlético Goianiense, Juventude e Fortaleza.
Com a diferença de apenas cinco pontos entre o décimo sétimo e o décimo primeiro colocado, a disputa para não ser rebaixado deve ser muito acirrada novamente.
Nos últimos dezesseis anos em média 2 times que foram rebaixados já estavam no Z4 no final do primeiro turno. Portanto a chance de permanecer no Z4 é de 50% no final do campeonato.
Em quase todas as vezes que um clube estava na última ou penúltima posição no final do primeiro turno, acabou rebaixado, aumentando ainda mais o risco para Juventude e Fortaleza.
Ao se analisar os indicadores que demonstram a tendência de rebaixamento, as significâncias que indicam os possíveis rebaixados são as seguintes:
1) Menos vitórias: Fortaleza, Juventude, Atlético Goianiense, Goiás, Cuiabá.
2) Menor saldo de gols: Juventude, Atlético Goianiense, Avaí, América.
3) Menos pontos como mandante: Fortaleza, Juventude, Botafogo, Ceará, Cuiabá, Atlético Goianiense.
A média histórica é de 38% de aproveitamento para um clube não ser rebaixado. Tendo como base esse histórico o aproveitamento no segundo turno seria o seguinte:
América e Avaí: 38%
Cuiabá: 40%
Atlético Goianiense: 46%
Juventude: 47%
Fortaleza: 49%
América e Avaí precisam manter o mesmo aproveitamento no segundo turno, o Cuiabá precisa de um leve aumento de rendimento. Por outro lado Atlético Goianiense, Juventude e Fortaleza precisam ter no mínimo um desempenho 30% superior ao primeiro turno para escaparem do rebaixamento.
Baseado nesses dados, Juventude, Atlético Goianiense, Fortaleza e Cuiabá são os 4 clubes mais ameaçados de rebaixamento.
Com os dados acima é possível ter uma ideia mais clara do campeonato que cada equipe está disputando e quando completarmos 75% do campeonato, após a Rodada 29, iremos atualizar esses números.
"Quando os números não batem, você tem que mudar seu jogo." (Moneyball)
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