Brasileirão 2022 : Os indicadores mais importantes que podem indicar os favoritos

O Brasileirão 2022 vai começar neste final de semana e, pela vigésima vez consecutiva, será disputado com a mesma fórmula de disputa. Parece algo impensável ao relembrar que, até 2002, todas as edições tiveram fórmulas de disputa diferentes. Apenas as edições de 1991, 1996, 1998, 1999, 2001 e 2002 tiveram fórmulas similares. 

Desde 2006 que  o campeonato é disputado por 20 clubes.  Além disso, desde a década de 60 até 2002, praticamente nenhuma edição teve o mesmo número de clubes.  Para quem quiser se aprofundar na história do Brasileirão vale a pena este post do Futbox.

Os pontos corridos praticamente não trazem surpresas em termos de desempenho, onde os times de melhores performances terminam nas primeiras posições e os piores acabam brigando para fugir do rebaixamento. Devido a essa situação é possível fazer projeções com base em diferentes indicadores que vão dando pistas durante o campeonato sobre os times que irão brigar pelas primeiras posições e quais times irão ficar na parte de baixo da tabela.

Pelo histórico estatístico desde 2006 os frequências abaixo são os que mais apontam o provável campeão:

1) Melhor visitante - 13 edições

2) Líder na rodada 29 - 12 edições

3) Melhor defesa / Líder na rodada 19 - 11 edições

4) Melhor ataque - 8 edições

 Ao se fazer uma regressão multivariada, algumas significâncias chamam a atenção como número de vitórias, saldo de gols e pontos como mandante. 

Juntando as frequências e as significâncias, indicadores como o número de vitórias e ser o melhor mandante não são surpresas, Por outro lado, ser o melhor visitante e ter o melhor saldo de gols são dois indicadores que não chamam a atenção no geral, mas que demonstram fortes indícios do futuro campeão. 

A média de pontos da equipe campeã aumentou para 77, mas como em apenas uma edição o vice campeão fez 74 pontos, qualquer equipe que pretende conquistar o título precisa se planejar para conquistar no mínimo 73 pontos.

Um fator que está se alterando é o número de campeões estaduais que ganharam o Brasileirão na mesma temporada. Na década de 2000 apenas 2 times foram campeões estaduais e nacionais. Já na década de 2010 foram 5 times. Na década iniciada em 2020, os dois campeões estaduais foram campões brasileiros.

Referente ao G4, a regressão multivariada demonstra as seguintes significâncias: vitórias, pontos na rodada 29, saldo de gols e pontos como visitante. A média de pontos para o quarto lugar é de 63 pontos. Com o aumento de chances de se classificar para a fase de grupos da Libertadores até a sexta colocação nos últimos 3 anos , a meta de atingir o G6 virou uma prioridade para grande parte dos clubes. A  média para um clube se classificar no G6 é de 58 pontos.

Ao se analisar os indicadores que demonstram a tendência de rebaixamento, as significâncias são muito similares a campanha do campeão, mas de forma oposta em termos de aproveitamento: menos vitórias, menor saldo de gols, menos pontos na rodada 29, e menos pontos como mandante.  A média de pontos para não ser rebaixado é de 41 pontos. Esta média está menor do que até algumas edições anteriores.

Novamente o saldo de gols é um indicador que passa despercebido e que deveria ser melhor observado como um determinante importante para a classificação final em praticamente todas as disputas.

Nos últimos 8 anos , a média de times que sobem da série B e são rebaixados no ano seguinte foi de 2 clubes por temporada. Nas duas última edições apenas um clube foi rebaixado. Veremos se em 2022 esta tendência se manterá.

Na rodada 10 publicarei as primeiras análises com alguns indicadores que já começam a demonstrar algumas tendências como o futuro campeão, que normalmente já está no G4 na R10 e dois dos clubes rebaixados, que normalmente já estão no Z4. Na edição de 2021 o futuro campeão estava na quarta posição na R10 e três dos quatro rebaixados já estavam no Z4 na R10.