I have a dream




Desde o dia 20 de julho está sendo disputada nos Estados Unidos a International Champions CupO torneio serve como parte da pré temporada e também para promoção e divulgação das grandes marcas globais do futebol mundial da atualidade. 

No edição deste ano este importante torneio reúne 18 equipes das principais ligas europeias: Arsenal, Chealsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Totthenham da Inglaterra; Atlético de Madrid, Barcelona e Real Madrid da Espanha; Inter de Milão, Milan, Juventus e Roma da Itália; Bayern de Munique e Borussia Dortmund da Alemanha; Lyon e PSG da França e o  Benfica de Portugal.

Ao assistir esses jogos percebemos quanto o futebol brasileiro está a cada ano se afastando do grande cenário mundial, devido ao calendário e principalmente da falta de visão, que impossibilita que os times brasileiros possam fazer parte desse tipo de torneio internacional. Essa constatação me faz imaginar quando seria possível que nossos times pudessem fazer parte deste grande giro mundial juntamente com clubes europeus. 

Até o início dos anos 90 ainda existiam os torneios de verão espanhol como Teresa Herrera e Ramón de Carranza. Vários times brasileiros conquistaram esses torneios sobre Real Madrid, Barcelona. Era uma forma de medir forças contra os europeus.


Essa nostalgia também me fez lembrar do início dos anos 80, onde as grandes bandas mundiais do rock e do pop, com algumas exceções, raramente faziam apresentações no Brasil e na América do Sul, até que numa edição do Fantástico no segundo semestre de 1984 foi anunciado o Rock in Rio, que seria realizado em janeiro de 1985. As bandas anunciadas eram: Queen, Iron Maiden, AC/DC, Ozzy Osbourne, Yes, além de Rod Stewart entre outros grandes artistas. Confesso que na época ninguém acreditava que era possível aquilo ser verdade. 

Hoje o Rock in Rio é uma grande marca e um sucesso de entretenimento, algo inimaginável em 1984. Além disso a América do Sul virou parte da turnê mundial das grandes bandas do cenário mundial.

Futebol e rock´n´roll são minhas duas grandes paixões e ao ver pela TV os jogos da International Champions Cup, por que não sonhar que, como em 1984, em algum momento possamos ver os grandes times brasileiros e sul americanos participarem juntamente com os grandes times da Europa destes tipos de torneios. Por que não sonhar que esses torneios em algum momento possam ser disputados no Brasil e na América do Sul?

Parafraseando o célebre discurso de Martin Luther King nos degraus do Lincoln Memorial após a  Marcha de Washington por emprego e liberdade:

"Eu tenho um sonho que em breve os times brasileiros estarão participando dos torneios internacionais juntamente com os grandes times europeus.

Eu tenho um sonho que o calendário brasileiro e sul americano sejam adequados ao calendário europeu para criar condições dos times brasileiros exporem suas marcas em turnês internacionais e não perderem seus principais jogadores no meio da temporada.

Eu tenho um sonho que os times brasileiros criem uma liga independente, com visão mercadológica onde a qualidade dos jogos, dos estádios, dos times, das marcas e da gestão seja a prioridade em detrimento de interesses pessoais e políticos.

Eu tenho um sonho que a liga brasileira crie regulamentações e implemente regras claras e duras para o licenciamento dos times de futebol, e desta forma as gestões se profissionalizem definitivamente.

Eu tenho um sonho que possamos ver durante toda a temporada uma série de jogos do nível de Grêmio e Flamengo como o jogo da última quarta feira pela Copa do Brasil.

Eu tenho um sonho que os jogadores brasileiros prefiram jogar no Brasil ao invés de outros mercados, e que todo o ambiente e a exposição sejam similares aos grandes centros do futebol mundial.

Eu tenho um sonho de ver os estádios cheios, com famílias, pessoas de diferentes níveis sociais, sem torcida única, sem violência, com ingressos com preços adequados, em horários decentes, com arenas repletas de serviços de qualidade.

E, se quisermos que o futebol brasileiro seja uma grande liga, isso precisa se tornar realidade.
E,quando isso acontecer, quando todo o potencial do futebol brasileiro puder ser explorado, quando o campeonato brasileiro puder ser vista em todos os países do mundo e se transformar em um das três maiores ligas do futebol mundial, quando a politicagem rasteira der lugar à visão de negócio e à verdadeira profissionalização e toda a população brasileira puder ver um produto de altíssimo nível, todos os torcedores poderão  dar as mãos e cantar nos estádios: Livres, da politicagem enfim! Livres, do atraso! Viva o futebol brasileiro! Estamos livres, enfim!”
Por quantos anos ainda continuaremos apenas sonhando, divagando, imaginando essas possibilidades e apenas lamentar o potencial desperdiçado no futebol brasileiro? 


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