Campeonato Brasileiro 2018 - Análise de Performance R19



Chegamos à metade do campeonato. Como efetuado nos últimos dois anos, vamos analisar o que os números mostram como tendências e consolidações para o segundo turno. À partir da próxima rodada, torcedores, dirigentes e treinadores começam a utilizar a calculadora com muito mais frequência para todas as disputas do Brasileirão.

Seguem abaixo as constatações estatísticas atualizadas após o final do primeiro turno.

Corrida para o título

A maior pontuação do primeiro turno é a do Corinthians em 2017 com 47 pontos (82% de aproveitamento).  

Em 80% das vezes o campeão do primeiro turno foi o campeão brasileiro. Nas três edições que o campeão do primeiro turno não foi o campeão brasileiro, a diferença de pontos para o futuro campeão era a seguinte:

2008
Campeão primeiro turno - Grêmio 41 pontos
Campeão brasileiro - São Paulo 33 pontos (quarto colocado)

2009
Campeão primeiro turno - Internacional 37 pontos
Campeão brasileiro - Flamengo 29 pontos (quarto colocado)

2012
Campeão primeiro turno - Atlético Mineiro 43 pontos
Campeão brasileiro - Fluminense 42 pontos (segundo colocado)

A média histórica para ser campeão brasileiro é de 23V/7E/8D. A campanha do tricolor paulista está acima da média (71% de aproveitamento). Além da excelente campanha do São Paulo, o Internacional também está com campanha de campeão com 66,6% de aproveitamento

Considerando que o Internacional repita o aproveitamento do primeiro turno, o São Paulo precisa fazer campanha 1 ponto superior ao rival para ser campeão (11V/6E/2D).

Como escrito no final do ano passado, uma boa receita para ser campeão brasileiro é ter uma ótima defesa, um ataque eficiente além de fazer prevalecer o fator casa e ganhar o máximo possível de jogos como visitante. 

O São Paulo tem o maior número de vitórias (12V), o menor número de derrotas (2D) além de ter a melhor campanha como visitante, a segunda melhor como mandante e o segundo melhor ataque. Boa parte da receita para ser campeão está sendo cumprida, apesar do tricolor paulista ser apenas a quinta melhor defesa.

Como nos três campeonatos que o campeão do primeiro turno não foi o campeão houve uma recuperação de até 8 pontos em duas temporadas, podemos considerar que Flamengo, Grêmio, Atlético Mineiro e Palmeiras ainda têm 20% de chance de serem campeão brasileiro.

Como o rubro negro, o tricolor gaúcho e o verdão estão disputando outros torneios em paralelo, algo que não ocorria até 2012, é muito difícil que esses três times possam lutar pelo título. 


Portanto é muito provável que a verdadeira disputa pelo título seja entre São Paulo e Internacional. Flamengo e Grêmio têm chances mas com menores possibilidades. Atlético Mineiro e Palmeiras possuem apenas chances matemáticas.

Corrida para o G4

Nos últimos 7 anos, para se classificar no G4 os times conseguiram em média 18V/ 9E/ 11D, aproveitamento de 55%. Pelo segundo ano consecutivo o aproveitamento até o sexto colocado está superior a média (58%). Caso não houver melhoria de rendimento das equipes abaixo do sexto colocado, a briga pelo G4 irá se consolidar apenas entre seis equipes. 

A pontuação do Grêmio, quarto colocado, com 36 pontos, é a maior pontuação de um quarto colocado desde que o campeonato é disputado com 20 equipes. Portanto é possível que a pontuação para se classificar no G4 seja mais alta do que a média histórica.


Nos últimos doze anos em média 3 dos 4 times que se classificaram para a Libertadores já estavam no G4 no final do primeiro turno. Portanto a chance de permanecer no G4 é de 75% no final do campeonato.

Com Flamengo, Grêmio e Palmeiras disputando a Copa do Brasil e a Copa Libertadores, o G4 pode virar G5 ou G6, como ocorrido em 2017.Enquanto esses três times tiverem disputando outras competições muita coisa ainda pode mudar no G4.

Corrida para o G6

O aproveitamento médio dos últimos dois anos é de 17V/ 6E/ 15D (50%). Todos os times do G6 estão com pontuação de G4, o que pode ser um indicador que a pontuação média para se classificar para a fase preliminar da Libertadores da América do ano que vem pode ser maior do que o ano passado, mas tudo vai depender de possíveis conquistas das Copas por parte de  Flamengo, Grêmio e Palmeiras.

Rebaixamento

Para não ser rebaixado os times conseguiram em média 11V/ 11E/ 16D nos últimos 6 anos, aproveitamento de 38%. No ano passado quatro equipes estavam com aproveitamento abaixo de 38% no final do primeiro turno, nesse ano são oito equipes com aproveitamento de rebaixado. Com a diferença de apenas quatro pontos entre o décimo sétimo e o nono colocado, a disputa para não ser rebaixado deve ser muito acirrada nesse ano.

Nos últimos doze anos em média 2 dos 4 times que foram rebaixados já estavam no Z4 no final do primeiro turno. Portanto a chance de permanecer no Z4 é de 50% no final do campeonato.

Todas as vezes que o time estava na última posição no final do primeiro turno, foi rebaixado. Para os times que estavam na penúltima posição, apenas dois grandes (Fluminense e Atlético Mineiro) escaparam. Todos as demais penúltimos colocados foram rebaixados. Esses dados aumentam a probabilidade de Paraná e Ceará não saírem do Z4.

Vale ressaltar que três jogos do primeiro turno ainda não foram realizados: Santos x Vasco, Atlético Paranaense x Vasco e Ceará x Bahia.

O histórico estatístico pode ter leves distorções e os dados acima estão baseados nessa média. Com raras exceções esses números não batem no final do campeonato devido a performances acima da média, como o Corinthians em 2017, como abaixo da média, como o Palmeiras escapando do Z4 com 35% de aproveitamento em 2006 e 2014 e Flamengo em 2009 sendo o único campeão abaixo de 70 pontos.

Quando completarmos 75% do campeonato, após a Rodada 29, iremos atualizar esses números.

"Quando os números não batem, você tem que mudar seu jogo." (Moneyball)

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