Público e Renda: Campeonato Brasileiro 2017 R23



Voo de Galinha. O termo, cunhado por economistas, descreve o fenômeno do crescimento que não consegue sustentar-se ao longo do tempo, minguando-se em pouco tempo. Dessa forma que podemos interpretar o comparecimento do torcedor aos jogos do campeonato brasileiro, fenômeno que se repete em 2017. 

Não bastasse em apenas 3 anos a média de público do Campeonato Brasileiro ter sido superior a 20 mil/jogo, a média histórica no Brasil dificilmente ultrapassa os 15 mil, posicionando o Brasileirão abaixo de ligas menos tradicionais como a chinesa, japonesa, americana, além de perder para a segunda divisão inglesa e alemã, conforme ranking abaixo baseado num estudo do Correio Brasiliense:

Posição     Liga Média
1 Alemanha 43300
2 Inglaterra 36460
3 Espanha 28567
4 México 24767
5 China 24171
6 Itália 22162
7 Estados Unidos  21718
8 França 20896
9 Holanda 19387
10 Alemanha 2ª 19165
11 Japão 17968
12 Inglaterra 2ª 17578
13 Brasil 15219


Após a R23, depois de várias rodadas com média total acima de 16 mil pagantes, a média caiu para 15.983 pagantes/jogo, numa rodada onde tivemos o jogo entre Vasco x Grêmio com portões fechados ainda como punição ao Vasco no jogo contra o Flamengo no primeiro turno.

A rodada 23 foi uma das piores médias de público pagante e renda bruta. Justamente num momento em que as disputas por posições começam a ficar mais acirradas. Essa situação faz com que haja uma reflexão:


A fórmula de pontos corridos é mercadologicamente mais atrativa para o torcedor brasileiro?

O único destaque da rodada foi a torcida são paulina, que está fazendo seu papel no apoio ao seu time visando sair da zona de rebaixamento. Foram 42.724 pagantes ao Morumbi ver o São Paulo desperdiçar mais 2 pontos na sua sina de 2017. 

Com exceção deste jogo, nenhum destaque positivo, muito pelo contrário. Lamentável a presença da torcida do Botafogo no clássico contra o Flamengo. Os 5.155 pagantes no estádio Nilton Santos só não foi inferior ao jogo Atlético Goianiense x Bahia com 2.846 pagantes. 

Será que apenas devido ao jogo contra o Grêmio pela Libertadores na última quarta feira foi suficiente para afastar o botafoguense do estádio ou também a insegurança e o horário da partida (19 horas , o penúltimo lugar no ranking deste ano) também afetaram?

Um estádio com baixa taxa de ocupação piora a imagem do produto exibido na TV, além de não despertar interesse de quem não vai aos estádios. Esses dois fatores parece que não causam nenhum incômodo nos produtores do produto ofertado (emissora de TV, CBF, clubes).

Com essa situação se repetindo anualmente, o voo de galinha permanece reinando absoluto nos estádios e em grande parte das novas arenas brasileiras.





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