As novas tendências do comportamento do consumidor esportivo e os seus potenciais de negócio
Recentemente li um trabalho da REPUCOM sobre as 10tendências comerciais no segmento esportivo para os próximos anos. Gostaria de
compartilhar com vocês alguns tópicos relacionados aos novos comportamentos e
potenciais segmentos do mercado que os gestores esportivos no Brasil precisam
ficar atentos.
O trabalho corrobora com as tendências do comportamento
publicada em artigos acadêmicos, que são os torcedores virtuais, que possuem as seguintes características:
•
Assistem aos jogos nos pubs;
•
Uma nova forma coletiva de experimentar e
consumir o esporte;
•
As evoluções tecnológicas na forma de
transmissão das partidas juntamente com as ações das grandes ligas e clubes,
visando cada vez mais transformar suas marcas em produtos globais;
•
Os preços dos ingressos podem limitar o acesso
para as classes sociais mais baixas, aumentando o número de torcedores virtuais.
Uma das tendências é a ameaça das transmissões via TV. O
estudo da REPUCOM menciona que as transmissões esportivas ao vivo continuarão a
ser um excelente produto, com os emissoras buscando contratos de longo prazo, incluindo
as plataformas digitais. Como perspectiva de potencial futuro, os detentores de
direitos desenvolverão modelos de direitos digitais para equilibrar a
necessidade de receitas significativas de transmissão com maior controle de
seus próprios ativos de mídia e plataformas de transmissão digital.
Existem quatro tipos de eventos e esportes de rápido
crescimento: 1) eSports, 2) novos formatos para as ligas e eventos existentes, 3)
fitness e esportes de participação, 4) dos esportes de combate. Os eSports
continuarão a crescer exponencialmente, se consolidarão e irão competir com os
grandes esportes globais. Novos formatos e eventos nos esportes tradicionais
(críquete, tênis, golfe) continuarão a surgir e poderão substituir antigos
formatos. Eventos formais e informais de fitness e participação continuarão a
ter grande interesse e continuarão a crescer devido a tecnologia e capacidade
de compartilhar informações. Os esportes de combate também continuarão a
crescer e terão novos formatos quando a regulamentação permitir.
Há um foco intenso em dois grupos principais, mulheres e a
geração milênio. Os milênios apresentam novas oportunidades, mas também
desafios para as marcas, enquanto as mulheres representam a maior fonte de
novos fãs em potencial. A busca por atrair e envolver a geração milênio
continuará intensa. Também existe um crescente reconhecimento de que as
mulheres são poderosas e influentes compradoras de mercadorias e isso demandará
um maior investimento e inovação nos esportes femininos, desde as categorias de
base até os profissionais.
Uma infinidade de tecnologias, todas em diferentes estágios
de desenvolvimento estão revolucionando os esportes e a experiência dos fãs. Os
fãs de esportes têm maior propensão a adotar tecnologia que a população em geral.
A realidade virtual vai ser uma realidade em breve e se tornará um must do para todos os stakeholders se
envolverem com sua base de fãs.- As instalações esportivas vão continuar a
investir para criar melhores experiências dentro do local e a experiência para
os fãs se tornarão mais imersiva e mais pessoal onde quer que estejam. Como
resultado novas oportunidades de receita surgirão.
Aumentará o foco na construção de um forte relacionamento
com os fãs. Relações fortes são sobre qualidade, não apenas quantidade, de
engajamento e criação de valor. Identificar e compreender os diferentes tipos
de fãs, com diferentes estilos comportamentais, é o caminho do sucesso para
maior engajamento e ativação. As relações com os fãs se tornarão mais diretas e
mais personalizadas, com base na segmentação comportamental. As organizações
esportivas precisarão cada vez ter uma compreensão especializada sobre a base
de fãs e saber como ativá-los. CRM e CRM digital se tornarão peças centrais
para atrair parceiros e desenvolvimento de fãs, transformando-se no coração da
função comercial das organizações esportivas.
Já podemos observar em nível mundial as parcerias das
grandes ligas americanas como NBA e NFL com o Twitter e Facebook, bem como
alguns movimentos nesse sentido no Brasil com a NBB, jogos das divisões menores
transmitidos via Facebook da Federação Paulista de Futebol e a já famosa quebra
de paradigma com a transmissão do Atletiba via Youtube.
Outro movimento bem intenso são os eSports, com vários times
de futebol e franquias americanas criando times para disputar torneios
eletrônicos e a geração milênio é um dos grandes consumidores desse novo
segmento no esporte.
A busca por novas experiências dos torcedores tanto nas
arenas como via realidade virtual estão em fase inicial de desenvolvimento de
produtos, mas imagino que em breve poderemos assistir um jogo em realidade
virtual, mesmo estando a milhares de quilômetros do local da partida, como
estivéssemos dentro das arenas.
Já existem no mercado vários softwares de relacionamento
disponíveis, o desenvolvimento do Big Data também é uma realidade, o mundo está
cada vez mais migrando para o digital e os algoritmos desenvolvidos pelas
empresas já percebemos no nosso dia a dia, ex: Amazon, Netflix, Facebook.
Os gestores esportivos terão cada vez mais obrigação de
conhecer nos seus mínimos detalhes o comportamento do consumidor esportivo. Quem
não tiver estratégias consolidadas dentro desse segmento ficará cada vez mais
fora do mercado e desperdiçando enormes potenciais de geração e receitas
significativas no segmento esportivo.
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