Brasil x Europa: Um comparativo sobre o negócio Futebol



"Us and them
And after all we're only ordinary men.
Me and you
God only knows it's not what we would choose to do"


A primeira estrofe da clássica Us and Them do Pink Floyd foi a primeira música que me veio a cabeça após ler o último relatório Football Money League da consultoria Deloitte. 
Para cada Coronel Nunes na CBF mais 1 bilhão de euros no faturamento dos 20 principais clubes europeus, que faturaram 6.6 bilhões de euros na temporada 2014/2015. 
Para cada novo patrocínio da Caixa para os clubes que ,de joelhos, imploram por mais fontes de receita, mais um contrato regional para os mega clubes globais.
Para cada trapalhada da Primeira Liga, mais 10 mil novos lugares nos estádios europeus.
Não quero ser um cavaleiro do apocalipse, muito pelo contrário. Meditando sobre a primeira estrofe da música do Pink Floyd, atualmente os clubes brasileiros estão "Ordinary Men" no atual cenário do futebol mundial, mas 'What we choose to do?"
A Primeira Liga poderia ser o embrião desse nova escolha, mas a forma que estão se posicionando passa a percepção que estão apenas querendo enfrentar o atual status quo, sem propor algo novo, repetindo os mesmos comportamentos dos demais.Não adianta nada criar uma Liga sem uma visão totalmente diferente do atual modelo vigente no futebol brasileiro.
Como informado no relatório da Deloitte, os clubes europeus aumentaram em 65% sua arrecadação nas últimas 6 temporadas devido a credibilidade do negócio, ao potencial de associar marcas de sucesso com times e campeonatos de sucesso, à profissionalização do negócio.
Já na terra de Palmeiras,  o presidente do Conselho de Orientação Fiscal veta a entrada do time no Profut e o presidente aceita. 
Onde cantam as Organizadas o presidente do São Paulo reconhece que dá ingressos e apoio para o carnaval para essa facções. 
As aves que aqui gorjeiam compram árbitros e depois dizem que era tudo invenção, nunca como lá.
Está mais do que na hora que a Canção do Exílio seja declamada com orgulho, com um plano de negócio, com uma missão, visão e valores, estratégia de atuação, posicionamento de mercado, plano operacional, plano de marketing e planejamento financeiro.
Pessoas competentes para transformar o futebol brasileiro num excelente produto não faltam, o que falta é o mesmo que domina a sociedade brasileira, conseguir retirar do poder as pessoas que lutam para manter o atual estado e relação de poder. 
É preciso quebrar essa inércia da evolução do país em todos os sentidos, para podermos voltar a sorrir e ter orgulho do Brasil em todos os segmentos da sociedade e voltarmos a mostrar ao mundo o que temos de melhor em nosso DNA, que é a criatividade, mesmo com menos recursos.
Em termos de faturamento é impossível chegar ao nível dos 20 principais clubes do mundo em curto prazo, mas por que não chegar entre os 30 em até 5 anos? Potencial existe, o que falta é credibilidade e competência para fazer diferente e com pessoas diferentes.
Parafraseando a obra prima dos Novos Baianos :

Chegou a hora dessa gente bronzeada e competente mostrar seu valor
Eu quero ver o tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar 
O Tio Sam e o mundo estão querendo que a gente volte a fazer batucada

Brasil, trocai vossos presidentes
Iluminai os competentes que nós queremos voltar a sambar e jogar
Há quem sambe e jogue diferente noutras terras, noutra gente
Num batuque de matar

Batucada e Futebol reunir nossos valores
Jogadores e cantores
Expressão que não tem par, ó meu Brasil

Está na hora de quebrar as regras e fazer que o nosso jeito possa ser um contraponto dos europeus que dominam o negócio futebol mundialmente. Como nossas músicas, podemos voltar a fazer o futebol de outrora mas com gestão moderna e arejada.






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