As Quatro Estações
Depois de mais dois jogos
pelo Brasileirão o Palmeirense teve um mistura de sentimentos antagônicos que
podem ser classificados em quatro estações:
Verão – temos um
grande centroavante, Hernán Barcos. Pela sua categoria, qualidade e liderança,
El Pirata está próximo de se tornar um ídolo que pode fazer história dentro do
Palmeiras. Torço muito para que ele jogue por muitos anos pelo clube. Dessa
forma com certeza ele poderá deixar sua marca no Palmeiras, com muitos gols e
conquistas, podendo ser colocado no mesmo hall de Evair e Cesar. Espero que
tenhamos esse sonho realizado. Além de Barcos, o primeiro tempo contra o
Flamengo foi muito bom, principalmente pela volta de um meia armador de ofício.
Que o time possa manter o mesmo padrão de jogo por no mínimo metade dos jogos
que ainda restam, pois dessa forma não precisaremos sofrer na parte final do
campeonato.
Outono – como um time
que joga com um jogador a mais por praticamente 60 minutos pode fazer um
segundo tempo contra o Flamengo tão sem compromisso em matar o jogo e correr
riscos desnecessários? Estamos longe de ter um esquadrão e um sistema defensivo
sólido o suficiente para controlar o jogo sem riscos. Demorei pra conseguir
pegar no sono após o jogo pela tensão desnecessária que o time passou para a
torcida. Por que o Palmeiras não consegue trazer jogadores com um nível técnico
a altura das tradições do clube? Tenho
certeza que é por falta de uma visão de grandeza dos atuais dirigentes do
clube, consequência do ciclo vicioso que impera no conselho atual do clube e
também na cultura política vigente.
Inverno – inaceitável perder
para o penúltimo colocado jogando a bolinha que o Palmeiras jogou contra o
Atlético-GO. Um time preguiçoso e até presunçoso, achando que não correria
risco algum contra um time de menor expressão. Será que a lição de quarta feira
tanto no jogo contra o Flamengo e o empate no clássico dos Atléticos não foi
aprendida? Como temos tantos jogadores contundidos, outros que demoram uma
eternidade pra voltar, alguns que nunca conseguem jogar mais de dois jogos
seguidos? Para completar, porque nosso maior rival, num único jogo que foi
prejudicado, consegue o afastamento do bandeirinha enquanto nossos “dirigentes”
se contentam em enviar cartas de reclamação? Se o Palmeiras tivesse peso dentro
da CBF, o Brasileirão seria paralisado por falta de árbitro e bandeirinha pra
apitar devido aos oito jogos que fomos garfados, incluindo o de ontem.
Primavera – no apagar
das luzes da última sexta feira o site oficial do Palmeiras anunciou que as
Diretas voltarão a ser debatidas, primeiramente nas setoriais e posteriormente
na Assembleia Geral. Também seguirá os mesmos trâmites o famigerado Conselho
Gestor. Estamos muito perto de conquistar a maior vitória que o Palmeiras pode
conseguir no século XXI. As diretas por si só não será a solução definitiva,
mas irá pavimentar todo o processo de modernização do clube e do futebol.
Teremos três meses de grandes disputas, considero-as mais importantes que
qualquer título conquistado dentro de campo. Pensemos não somente na atual
geração, mas nas futuras gerações que poderão se orgulhar do trabalho que cada
Palmeirense do bem irá deixar de legado para nossos netos e bisnetos. Chegou a
grande decisão Palmeirense. Como numa grande final, a decisão será nos
detalhes, mas também na dedicação e inteligência de cada um dos conselheiros e
sócios engajados nessa essencial mudança dos rumos que o Palmeiras urgentemente
necessita.
Em 1723 Antonio
Vivaldi escreveu o genial concerto as Quatro Estações. Espero que a atual sequencia
de Outonos e Invernos que insistem permanecer eternos dentro do Palmeiras,
principalmente pela cultura atual dos principais comandantes do clube e do
conselho, em breve sejam substituídos por uma Primavera e Verão Eternos de
progresso, modernidade que trarão frutos constantes de vitórias e conquistas para
as atuais e futuras gerações.
Comentários
Postar um comentário